terça-feira, 22 de abril de 2014

Pai e filho

"Afeto permanente"


Hoje um aluno me afirmou que não consegue se imaginar no papel de pai, a afirmação engatilhou um diálogo que me ajudou a refletir um pouco mais sobre a paternidade e a dificuldade de educar contemporaneamente.
Algo que percebo muito claramente na relação pai filho que se revela na escola é uma espécie de abandono, um abandono aparentemente natural e comum, mas extremamente prejudicial às relações humanas. Contemporaneamente as relações são pautadas pela efemeridade, assim como consumimos commodities transferimos a atitude do consumo para as pessoas,e para natureza, assim que usadas e instrumentalizadas são descartadas, abandonadas. Há pouco tempo assistindo uma reportagem dessas de férias, deparei-me com a seguinte manchete: “Em época de férias os casos de abandono de animais aumentam drasticamente.  
Há uma reificação com a vida, que não deveria existir, qualquer tipo de vida não pode ser consumida e descartada ou mesmo abandonada, há milhares de pessoas que vivem juntas e são tão abandonadas quanto quem vive em uma casa de recolhimento, quando o pai não vai às reuniões de escola, quando não se preocupa com a saúde de seu filho, quando não senta ao seu lado para conversar, sentir seu cheiro, olhar nos olhos. A paternidade se caracteriza por uma relação permanente, contínua de cuidado. Isso assusta os indivíduos que se propõe a pensar, será que há coragem para encarar tal responsabilidade?
Não compramos a felicidade, não compramos nossos relacionamentos, nem mesmo a confiança, essa constatação gera uma angústia, pois muito mais fácil seria se pudéssemos comprar, pois confiança, amor e carinho não consumimos, confiança, amor, carinho, compaixão, concórdia, entendimento nós cultivamos, sempre há algo pra ser aprimorado, num diálogo sem fim com a realidade e com as pessoas, isso da trabalho e quem pode e deve fazer somos nós mesmos.
até



segunda-feira, 7 de abril de 2014

O Amor Sincero....Uma adoção diferente...


Hoje recebi um convite da minha amiga Claudia, para deixar um depoimento neste Blog lindo e que eu a ajudei a desenvolver... ahhh me emocionei...fiquei muito feliz, contar minha história com minha enteada Larissa, também é uma adoção né?!...bom, nunca imaginei que isso um dia aconteceria....rs

Vamos lá...
Tudo começou em 13 de maio de 2009, foi o dia que eu a conheci, foi o dia que na época meu namorado, hoje meu marido me apresentou a filha dele. Ela tinha apenas 02 aninhos, loirinha, cabelinho curtinho enroladinho, parecia um anjinho... Eu sempre gostei de criança, tanto que tenho um sonho de ser mãe, então não foi difícil à gente se dar bem no primeiro momento... Claro que tive que acostumar com tudo, aprendi muita coisa, passamos por muita coisa também, mas hoje falo que pra mim e para o Ju só foi aprendizado...

Eu e a Larissa nos damos muitooooooooooo bem, tem gente que não acredita que isso possa acontecer, pode ser, mas não comigo e com ela...a nossa história é moldada totalmente diferente, vem de respeito, de amor, de brincadeiras...é parar a vida e ficar a tarde inteira brincando de casinha, de mamãe e filhinha, de panelinha, de jogo da velha, de dançar , assistir filme, de rir por bobeira, de tudo que podemos fazer junto com uma criança....

O meu amor por ela é grande, é um amor reciproco, isso é o melhor...eu vejo que o amor, o carinho que ela tem por mim é o mais verdadeiro que possa existir no universo, por mais que as vezes eu preciso chamar atenção dela, ou brigar um pouquinho, olho pra ela e falo “sua tia é chata né Lá” ela, “não é não”....rs...nem brigando eu sou chata....rs

Recebo cartinhas dela dizendo que me ama, desenhos da nossa família, é bom demais tudo isso...

Nesse período de quase 05 anos juntas, aprendi demais, porque nunca tive uma experiência assim, aprendia a dividir, aprendi mais sobre amizade sincera, aprendi e continuo aprendendo com ela, porque cada beijo, cada palavra tia te amo, cada gesto de carinho e ciúmes ... isso vale muito mais que qualquer coisa no mundo....

Já ouvi tanta coisa nesse tempo que o povo veio falar...”mas ela não é sua filha você nunca vai poder fazer nada pra chamar atenção dela”, logo você vai ouvir que “você não é minha mãe”,  “quando você for mãe, você vai ver como é diferente”...coisas que magoam e que dói demais...mas hoje, hoje eu não ligo mais não,  o povo pode falar o que quiser pra mim...não ligo, porque o amor que nós criamos uma pela outra é maior que qualquer palavra negativa que eu escuto.

Nunca deixei ela me chamar de mãe, sempre deixei muito claro pra ela, que eu sou a “Tia”, a “Boadrasta” a melhor amiga....e já venho sentindo isso, e posso falar, é emocionante demais...nesse ultimo fim de semana que ela ficou com a gente, tivemos papo de melhor amiga sabe, foi bonito de ouvir ela conversar comigo, não achava que seria assim, mas agora vejo que tudo que eu planejei esta acontecendo, e que eu sou a melhor amiga dela. O mais engraçado é eu e o Ju falando pra ela que ela vai ter irmãozinho, ela olha pra mim e fala, mas a Tia Tati , não pode ter filho, ela é muito magrinha....kkkkkkkkkkkk...eita ciúme....rs

Quero passar pra ela tudo que eu aprendi, quero dar exemplos que recebemos dos nossos pais....quero mostrar o certo sempre...quero educa-la como se fosse minha própria filha.

Também tenho que agradecer ao Julio, a confiança que ele tem em mim pra cuidar da filha dele, a felicidade que ele tem em ver nós duas juntas...a nossa cumplicidade em cuidar dela, de fazer a vidinha dela mais feliz, e ficarmos sempre unidos...

A nossa história é essa, o que prevalece é o amor, ela não é minha filha, não não é, mas é a minha melhor amiga, temos um amor de alma, e tão pequena, mas com coração cheio de carinho e de amor, que me ensina a cada dia, a cada sorriso, a cada olhar, a cada lágrima... E isso é o meu maior presente...