"Afeto permanente"
Hoje um aluno me afirmou que não
consegue se imaginar no papel de pai, a afirmação engatilhou um diálogo que me
ajudou a refletir um pouco mais sobre a paternidade e a dificuldade de educar
contemporaneamente.
Algo que percebo muito claramente
na relação pai filho que se revela na escola é uma espécie de abandono, um
abandono aparentemente natural e comum, mas extremamente prejudicial às
relações humanas. Contemporaneamente as relações são pautadas pela efemeridade,
assim como consumimos commodities transferimos a atitude do consumo para as
pessoas,e para natureza, assim que usadas e instrumentalizadas são descartadas,
abandonadas. Há pouco tempo assistindo uma reportagem dessas de férias,
deparei-me com a seguinte manchete: “Em época de férias os casos de abandono de
animais aumentam drasticamente.
Há uma reificação com a vida, que
não deveria existir, qualquer tipo de vida não pode ser consumida e descartada
ou mesmo abandonada, há milhares de pessoas que vivem juntas e são tão
abandonadas quanto quem vive em uma casa de recolhimento, quando o pai não vai
às reuniões de escola, quando não se preocupa com a saúde de seu filho, quando
não senta ao seu lado para conversar, sentir seu cheiro, olhar nos olhos. A
paternidade se caracteriza por uma relação permanente, contínua de cuidado. Isso
assusta os indivíduos que se propõe a pensar, será que há coragem para encarar
tal responsabilidade?
Não compramos a felicidade, não
compramos nossos relacionamentos, nem mesmo a confiança, essa constatação gera
uma angústia, pois muito mais fácil seria se pudéssemos comprar, pois
confiança, amor e carinho não consumimos, confiança, amor, carinho, compaixão,
concórdia, entendimento nós cultivamos, sempre há algo pra ser aprimorado, num
diálogo sem fim com a realidade e com as pessoas, isso da trabalho e quem pode
e deve fazer somos nós mesmos.
até
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