terça-feira, 22 de abril de 2014

Pai e filho

"Afeto permanente"


Hoje um aluno me afirmou que não consegue se imaginar no papel de pai, a afirmação engatilhou um diálogo que me ajudou a refletir um pouco mais sobre a paternidade e a dificuldade de educar contemporaneamente.
Algo que percebo muito claramente na relação pai filho que se revela na escola é uma espécie de abandono, um abandono aparentemente natural e comum, mas extremamente prejudicial às relações humanas. Contemporaneamente as relações são pautadas pela efemeridade, assim como consumimos commodities transferimos a atitude do consumo para as pessoas,e para natureza, assim que usadas e instrumentalizadas são descartadas, abandonadas. Há pouco tempo assistindo uma reportagem dessas de férias, deparei-me com a seguinte manchete: “Em época de férias os casos de abandono de animais aumentam drasticamente.  
Há uma reificação com a vida, que não deveria existir, qualquer tipo de vida não pode ser consumida e descartada ou mesmo abandonada, há milhares de pessoas que vivem juntas e são tão abandonadas quanto quem vive em uma casa de recolhimento, quando o pai não vai às reuniões de escola, quando não se preocupa com a saúde de seu filho, quando não senta ao seu lado para conversar, sentir seu cheiro, olhar nos olhos. A paternidade se caracteriza por uma relação permanente, contínua de cuidado. Isso assusta os indivíduos que se propõe a pensar, será que há coragem para encarar tal responsabilidade?
Não compramos a felicidade, não compramos nossos relacionamentos, nem mesmo a confiança, essa constatação gera uma angústia, pois muito mais fácil seria se pudéssemos comprar, pois confiança, amor e carinho não consumimos, confiança, amor, carinho, compaixão, concórdia, entendimento nós cultivamos, sempre há algo pra ser aprimorado, num diálogo sem fim com a realidade e com as pessoas, isso da trabalho e quem pode e deve fazer somos nós mesmos.
até



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