terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Teu filho meu

        
 


         Ultima postagem do ano, mas um ano que oramos para nosso filho que vai passar mais um natal sem os seus pais, ele e tantos mais, natal é família, ai penso, e os que se encontro nós abrigos, alguns tem as sorte de ir para famílias que os acolhe neste período, mas acredito que não seja privilegio de todos, hoje faz exato 1 anos que a juíza assinou o ok para nosso adoção, 1 ano, e o que pensar? a justiça é lenta? o tempo é exato este? ano que vem vou ter que pensar as mesmas coisas?, as famosas perguntas sem resposta.
        Quero desejar a todos um feliz natal, e um 2015 de benções!, e vou deixar abaixo um lindo depoimento que copia de um atriz, achei comovente, ai resolvi dividir com vocês.
       
        Titulo: Teu filho meu



        Depois de anos a fio tentando engravidar, tratamentos sofisticadíssimos e muito medo de encarar a vida de frente, Catarina tomou coragem, olhou nos olhos de seu velho amado e fez a pergunta:
- Vamos adotar uma criança?
Ele nunca tinha tocado em tal possibilidade. Eles se amavam muito, eram cúmplices, mas esse terreno parecia minado. O número de investidas em tratamentos, com tantas esperanças esvaídas em sangue, já parecia ser em si um não à pergunta secreta que ela nunca permitiu que lhe saísse da garganta. Mas os anos estavam passando e Catarina não quis mais deixar a vida passar. Falou. Forte e lúcida.
A pergunta estalou no ar e, ao ouvi-la, ele chorou. Também ele nunca teve coragem de perguntar o que ela não tinha coragem de perguntar. Simples assim. Absurdo assim. E ao ouvir em voz alta a pergunta secreta, a vida se abriu em possibilidades. Voltaram a fazer amor sem resquícios científicos, esperando o bebê chegar. Tiago chegou um ano depois, já menino. Um lindo molequinho negro de 3 anos de idade. Foram para as cabeças sem exigir nada. Se inscreveram na universidade do amor e esperaram seu filho sem medo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

mercantilização infantil

                                       









Vamos lá vou gastar minha vã filosofia para produzir uma breve reflexão sobre mercantilização infantil. Tenho vagas lembranças dos brinquedos, das roupas, ou tênis que tive na infância, não foram muitos com certeza não houve festas, nem por isso fui menos feliz.
Lembro muito bem de brincar com latas de sardinha para cavoucar na terra do quintal de casa, de passar tardes batendo martelo pra construir carrinho de quatro rodas, ou de caçar vaga-lumes no potreiro à noite, a saudade que tenho desse tempo é de não ter preocupação ou valoração alguma.
Não tenho estatísticas nem explicações mercadológicas ou sociológicas para o fenômeno da mercantilização infantil, mas percebo que há a construção de sonhos voláteis nas crianças e em seus pais que se materializam de acordo com a grana investida. Há proliferação de bufês infantis que custam uma fábula para a realização de uma festa, equipes de decoração uma verdadeira indústria que produz desejos e os vende. Com o advento das redes sociais e do exibicionismo há maior facilidade de acesso  ás mega produções infantis. Às vezes percebo que a realização dos pais é maior do que da criança que na grande maioria das vezes se preocupa em brincar em se despreocupar de tirar fotos e de soprar as velinhas. A indústria midiática fabrica sonhos produz desejos com a intenção justamente de vendê-los, isso mesmo de vendê-los, pois o que se quer no fundo é a obtenção de lucro, além disso, vejo também uma excessiva adultização das crianças, meninas e meninos com maquiagem unhas pintadas e roupas de adulto. Em tempos de Natal tudo isso se intensifica, uma festa cristã que marca o nascimento do messias  que  na grande maioria das vezes é deixado de lado em detrimento do abuso mercadológico que entra em nossas casas todos os dias, trocar presentes é muito bacana mas o que percebo é que essa data é na realidade manipulada pelo mercado para a obtenção de lucro.

Isso revela a mercantilização das nossas relações sociais, exprime uma máxima de que nossos sonhos podem ser comprados, desvaloriza nossa humanidade nos torna cada vez mais dependentes de coisas e menos afetuosos. Não abomino a mercantilização vivemos em um mundo capitalista, acredito que junto com tudo isso deve vir uma educação emancipatória por parte da humanidade para produzir uma melhor relação com o mundo e com os outros, e deixar a crianças serem simplesmente crianças.