segunda-feira, 10 de junho de 2013

Depoimento - A CHEGADA DA ALEGRIA À MINHA VIDA...

Olá pessoal,

Hoje esse post esta especial e emocionante, Lígia uma amiga, irá contar abaixo, como foi o processo da Adoção de sua filha Letícia...

...Muitos planos e sonhos, amor que não cabe em nós. Paciência, muita paciência. Situações que definem bem a espera de um filho adotivo...
 Minha história com a Letícia , minha “alegria”, começa assim:
 Não pude ter filhos biológicos por conta da retirada do meu útero, então, para mim, o caminho lógico foi a adoção. Engraçado que mesmo antes de nos casarmos, cogitávamos ter filhos biológico e adotivos. Então essa escolha foi bem natural para nós.
 Já que optamos pela adoção, resolvemos que faríamos tudo direitinho como manda a lei. O primeiro passo foi fazer o cadastro no fórum da minha cidade. Isso foi em novembro de 1998. Depois procuramos um grupo de adoção e começamos a interagir com casais que estavam na mesma situação que a nossa, ou que já estavam com seus filhos.
 Depois de muitas reuniões, entrevistas, visitas domiciliares e intermináveis papeladas, livros sobre o tema, estávamos preparados, prontos, aptos  e ansiosos para receber a nossa filha. Sim. Seria uma menina. Opção nossa. Sabíamos o risco que corríamos, pela escolha do sexo, mas enfim, fomos em frente.
 Depois de 19 meses (tempo relativamente curto) mas longo para quem espera, recebi, no dia 6 de junho de 2000, o telefonema que mudaria as nossas vidas. A assistente social me ligou, dizendo que havia uma bebezinha no abrigo da minha própria cidade e que a nossa ficha era a próxima da fila. Fomos conhecer nossa filha naquela mesma tarde.
 Quando entramos no berçário, vi de longe aquele berço branquinho, com uns bichinhos coloridos pendurados, tocando uma música suave. Detalhes. Mas o mais importante era aquele pacotinho minúsculo, dormindo de barriguinha para baixo, com um macacão rosa, com o rostinho virado para o nosso lado e uma enorme chupeta na boca. Trocamos olhares como quem diz: é ela! Nossa Letícia tinha 1 mês e 25 dias. Carregamos, sentimos o cheirinho dela, demos mamadeira, enfim... Foi amor à primeira vista!
 Foram 10 dias até conseguirmos a guarda provisória, e nesses 10 dias, chegamos a visita-la até duas vezes ao dia. Essa espera foi longa, mais longa que os 19 meses anteriores.
 Mas, no dia 16 de junho de 2000, uma sexta-feira, levamos nossa bebezinha para casa. A família a recebeu com festa, cartazes e presentes.
 A primeira guarda era de 6 meses. Quando venceu, recebemos outra de 12 meses, mas depois de 8 meses recebemos o termo de adoção e a certidão de nascimento dizendo que ela era nossa filha, definitivamente, perante a lei.
 Hoje, às vésperas de completarmos 13 anos juntas,  a minha Letícia é uma mocinha linda, feliz, educada, amorosa, consciente da sua situação de filha do coração. Aliás, isso nunca foi problema para ela. Hoje, por uma desses acasos do destino, estamos sozinhas. Eu e o pai dela estamos separados. Mas apesar disso, ele é muito presente na vida da filha e de uma certa forma, na nossa vida. Somos como qualquer mãe e filha. Brigamos, choramos, rimos, mas sempre juntas, cada vez mais unidas, mais próximas. Quando eu a chamo, ela responde: - Fala, gata...!!! (risos).
 Olho para trás e vejo que toda a espera valeu a pena. Muito mesmo. Eu costumo dizer que ela vale por todos os filhos que eu não tive e que eu nunca terei. Que ela é tudo o que eu quero de uma filha.
Mas infelizmente uma coisa me entristece: a morosidade das leis. Hoje sei que o processo está diferente, mais demorado, mais trabalhoso. Mas mesmo assim compensa só para ouvir essa palavra tão doce: - Mamãe!!!

Lígia Regina Alves - mãe da Letícia.

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