segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Corrido


Olá
Minha esposa pediu para eu fazer uma postagem esse final de semana, pois ele foi meio corrido e ela tinha que trabalhar.
Corrido. Uma das questões que me proponho a pensar sobre a adoção é a questão do tempo, do meu tempo que compartilho principalmente com minha esposa, amigos e trabalho, e que com a efetivação da adoção vai ser partilhado por mais alguém.
Sou educador dou aulas de filosofia e sociologia, estou em contato com muitos adolescentes e professores todos os dias, converso com pais de alunos quase que cotidianamente, percebo que um elemento muito importante para que haja uma boa relação entre pais e filhos, entre marido e mulher é o tempo. Tempo que se reverte em atenção, em diálogo, atenção que na realidade é um ato de carinho, amor, uma atenção pedagógica. Há algum tempo troco ideias com meus amigos educadores sobre a educação das crianças, sobre a formal que acontece na escola e a informal que acontece em todos os lugares, alguns deles já pais falam: “final de semana não faço nada da escola é o tempo que tenho para ficar com a família, mulher, filhos” outros que ainda não tem: “ penso sobre quando tiver um filho vou ter que abrir mão de algumas coisas para me dedicar a ele”.Essa mentalidade é fantástica, humilde, caritativa, é claro que seria muito melhor se nesse mundo em que vivemos tivéssemos mais tempo para cuidar das nossas relações. Um pouco do tempo somos nós que fazemos, e para aproveitá-lo é necessário planejamento, certo dia dando aulas para os adultos no EJA perguntei-lhes: vocês imaginaram que a vida de vocês iria mudar quando tivessem um filho? A grande maioria respondeu: NÃO. Isso revela a falta de maturidade das pessoas na hora de constituir uma família,o fato de eles nuca terem pensado nisso não os faz péssimos pais, mas esse amadurecimento deve ser feito seja antes ou depois da constituição da família.
Nossas relações afetivas estão carentes, carentes de carinho atenção, diálogo. Entre os gregos cultura era o cuidado que eles tinham com suas crianças, já diziam: “É melhor educar uma criança do que punir um adulto.” E o que percebo hoje é um jogo de empurra, ninguém mais quer se preocupar com nossas crianças e nossas relações, alguns pais delegam a responsabilidade para o estado, em forma de escola, penitenciárias, centros de acolhimento e outros. Não faço aqui apologia á família conjugal nuclear burguesa, faço apologia sim a uma pedagogia razoável, recheada de afeto, que não possui formula para ser ensinada e aprendida mas que deve ser pensada dentro de uma cultura de cuidado e afeto.

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